DestaquesGeral

K&G contesta desclassificação em disputa pela Rota da Celulose

Bulhõesdigital

O Consórcio K&G entrou com recurso administrativo nesta segunda-feira (11) contra a decisão que o retirou da concorrência pela concessão de 870 quilômetros da Rota da Celulose, leiloada em 8 de maio na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). O prazo para contestar a medida era de três dias úteis, conforme as regras do edital.

De acordo com o Governo de Mato Grosso do Sul, a Comissão responsável pelo certame identificou falhas na documentação apresentada pelo K&G durante a fase de recursos. Em nota, o Executivo afirmou que “os documentos entregues não atenderam à integralidade exigida no edital”, resultando na exclusão do consórcio.

Com a decisão, o segundo colocado — o Consórcio Caminhos da Celulose — foi chamado no dia 5 de agosto para apresentar, até 13 de agosto, na sede da B3, em São Paulo, o chamado “Envelope 03” com os documentos de habilitação. Caso cumpra todas as exigências, poderá assumir a concessão.

No leilão, o Caminhos da Celulose havia ofertado deságio de 8% sobre o teto das tarifas de pedágio, enquanto o K&G propôs desconto de 9%, garantindo a primeira colocação.

Histórico e impasse

Metade do Consórcio K&G pertence à K-Infra, que também detinha a concessão da BR-393 (Rodovia do Aço), no Rio de Janeiro, única rodovia sob sua gestão no país. Um mês após o leilão, a empresa foi retirada dessa concessão pelo Dnit e pela ANTT. A outra metade do K&G é controlada pelo fundo Galapagos.

A experiência da K-Infra na Rodovia do Aço foi determinante para habilitar o grupo no leilão da Rota da Celulose. Porém, a disputa judicial envolvendo essa concessão fragilizou a posição do consórcio. Embora a empresa tenha conseguido uma liminar no Supremo Tribunal Federal para reassumir a BR-393, permaneceu no controle por menos de 24 horas.

O Caminhos da Celulose, por sua vez, é formado pelo XP Fundo de Investimentos e pelas construtoras CLD, Caiapó, Ética, Conter e Disbral. No Mato Grosso do Sul, a Caiapó já participa de obras como a pavimentação da BR-419 e a construção do acesso à ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho — investimento estimado em R$ 472 milhões.

O projeto

A concessão da Rota da Celulose terá duração de 30 anos e engloba trechos da BR-262 (Campo Grande–Três Lagoas), BR-267 (Nova Alvorada do Sul–Bataguassu) e MS-040 (KM 338 e KM 395), entre Campo Grande e Bataguassu. Estão previstas 12 praças de pedágio, 115 km de duplicações, 245 km de terceiras faixas, 12 km de marginais e 38 km de contornos para desviar o tráfego das áreas urbanas de municípios como Ribas do Rio Pardo, Água Clara e Bataguassu.

Além disso, toda a malha terá acostamento, somando mais de 450 quilômetros de vias com infraestrutura reforçada.

Imagem: Divulgação

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor. Desabilite seu bloqueador de Anúncios e Pop-UP para uma melhor experiência!