Governo habilita consórcio liderado pela XP para Rota da Celulose

Por Maristela Brunetto
O Consórcio Caminhos da Celulose, liderado pela XP Investimentos, teve sua documentação considerada habilitada para assumir o contrato da chamada Rota da Celulose, conjunto de rodovias no leste de Mato Grosso do Sul que abrange trechos das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e das rodovias federais BR-262 e BR-267. A Comissão Especial de Licitação se reuniu no dia 18 e conferiu os documentos apresentados no início de setembro.
Conforme ata publicada pelo EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), responsável por esta fase, o consórcio é formado pelas empresas XP Infra V Fundos de Investimentos e Participações, CDL Construtora, Laços Detetores Eletrônica, Conter Construções e Comércio S/A, Construtora Caiapó Ltda, Ética Construtora Ltda, Distribuidora Brasileira de Asfalto Ltda e Conster Construções e Terraplanagem Ltda. O grupo comprovou capacidade jurídica, trabalhista, fiscal, econômico-financeira e técnica, apresentando experiências anteriores, como a atuação na Rodovia BR-116/SP/PR – trecho São Paulo–Curitiba.
Governo rejeita recurso e convoca 2ª colocada para assumir Rota da Celulose
Empresa que venceu Rota da Celulose pode ser vetada em novos leilões
A convocação para a entrega da documentação havia sido publicada em 27 de agosto, após a desclassificação do Consórcio K&G Rota da Celulose por falta de atestado de qualificação técnica. Na ocasião, as empresas haviam apresentado a concessão da BR-393, a Rodovia do Aço, no Rio de Janeiro, cujo contrato teve a caducidade declarada pela União.
Com a aprovação dos documentos, o processo administrativo entra em fase de encerramento. Ainda cabe a possibilidade de impugnação da habilitação do consórcio. Após a publicação do resultado definitivo, haverá prazo de 60 dias para o cumprimento das obrigações prévias à assinatura do contrato.
O leilão – Realizado em 8 de maio, o leilão da Rota da Celulose contou com quatro concorrentes e terminou com a vitória do Consórcio K&G, formado pela K-Infra Concessões e Galápagos Participações. O grupo havia apresentado a melhor proposta financeira, com 9% de desconto sobre a tarifa máxima de pedágio e aporte de R$ 217,3 milhões.
A segunda melhor oferta foi justamente do Consórcio Caminhos da Celulose, com 8% de desconto e aporte de R$ 195,6 milhões. Também participaram da disputa as empresas Rotas do Brasil, que ofereceu 5% de desconto, e o BTG Pactual, com 4%.
O contrato – A concessão prevê 30 anos de gestão sobre 870 quilômetros de rodovias em Mato Grosso do Sul, com investimentos de R$ 6,9 bilhões, incluindo R$ 3,2 bilhões em custos operacionais. Estão previstas praças de pedágio em cidades estratégicas como Três Lagoas, Campo Grande, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Nova Alvorada do Sul.
As obras incluem 146 km de duplicações (sendo 115 km já previstos), 457 km de acostamentos, 245 km de terceiras faixas, 12 km de marginais, 38 km de contornos urbanos, 62 dispositivos em nível e 4 em desnível. Também estão programados 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes e 3.780 m² em obras de arte especiais. Após as intervenções, toda a malha passará a contar com acostamento.
(Foto: Agência de Notícias/ Saul Schramm)
campograndenews