AgronegóciosCanaisDestaquesGeral

Arauco investe mais R$ 41 milhões em alojamentos, agora em área urbana

LEO RIBEIRO

Se anteriormente o investimento previsto pela gigante chilena Arauco beirava R$242 milhões, para construção de alojamentos para trabalhadores em Inocência, agora, o Governo do Estado publicou o empenho de mais R$41 milhões para abrigos dos trabalhadores, agora em perímetro urbano.

Como abordado anteriormente pelo Correio do Estado, o investimento anterior já somava um montante equivalente a dois prêmios da Mega-Sena à época, acima de qualquer obra pública em andamento até então, porém 1% do  valor do empreendimento.

Agora, a instalação de um núcleo adicional de alojamento, com capacidade para abrigar mais de 1,5 mil trabalhadores, adiciona exatos R$41.071.676,23, que demanda o seguinte valor de compensação ambiental: R$199.197,63.

Conforme detalhado na edição de sexta-feira (08) Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, esse montante de quase 200 mil reais de compensação ambiental é referente a 3.785,59 Unidades de Fiscais Estadual de Referência do Mato Grosso do Sul, segundo os parâmetros da chamada Uferms de julho e agosto (R$ 52,62).

Perímetro urbano
Vale lembrar que, diferente do proposto no anúncio feito em maio de 2024, diante da concessão da licença de instalação, a Arauco e o município de Inocência buscaram distância dos operários, uma vez que esses alojamentos dos trabalhadores que atuam na construção da megafábrica foram estabelecidos para ficar longe 40 quilômetros do empreendimento e cerca 10 km distante da cidade.

Agora, como bem esclarece o objeto publicado ontem em Diário Oficial, esse núcleo adicional de alojamentos com capacidade para comportar mais de 1,5 mil usuários deverá ser “em área urbana”, no município de Inocência.

Também cabe apontar que, em balanço feito em abril de 2025 pelo diretor-presidente da Energisa MS, Paulo Roberto dos Santos, esses alojamentos de Inocência já consumiam 300% mais energia que todo o município.

“Inocência hoje, consome 2.5 megawatts de energia. Só os alojamentos já estão consumindo cerca de 10 megawatts”, disse Paulo Roberto à imprensa durante evento para lançamento da pedra fundamental da fábrica de celulose da empresa Arauco, ocasião acompanhada in loco pela equipe do Correio do Estado.

Desde o início dos estudos para implantação do projeto já ficou definido que os operários não ficariam alojados na área urbana de Inocência, segundo informou em maio do ano passado o prefeito Antônio Ângelo Garcia dos Santos, mais conhecido como Toninho da Cofap. À época, porém, ele informou que este alojamento seria próximo ao canteiro de obras.

Quando da entrega da licença de instalação, tanto o governador Eduardo Riedel, quanto o CEO da Arauco no Brasil, Carlos Altimiras, e o prefeito de Inocência foram  unânimes em afirmar que durante o período de construção a cidade enfrentaria uma série de contratempos nas áreas de saúde, educação, segurança pública, lazer e até habitação. Porém, deixaram claro, não tem como “fazer omelete sem quebrar os ovos”.

E para tentar reduzir esses transtornos, a Arauco se baseou no caso de Ribas do Rio Pardo e justamente por isso optou em abrigar os trabalhadores fora da cidade.

Megafábrica
Atualmente Mato Grosso do Sul abriga três fábricas de celulose em atividade, sendo a da Suzano, que está em operação desde 2009 em Três Lagoas, a primeira entre as gigantes do setor.

Nessa mesma cidade, a da Eldorado, do grupo J&F, funciona desde 2012, enquanto a terceira pertence à Suzano e está localizada em Ribas do Rio Pardo.

Para além do projeto da Arauco em Inocência, existem estudos para instalação de uma quinta unidade, desta vez em Água Clara, que deve ser erguida pela Bracell, o que apesar do acordo de confidencialidade, foi também confirmada em nove de abril pelo diretor da Energisa.

Já a megafábrica da Arauco deve funcionar às margens da MS-377 e do Rio Sucuriú, que batiza o projeto da empresa chilena que têm previsão de ser a maior fábrica de celulose do mundo, com capacidade para 3,5 milhões de toneladas por ano.

Com investimentos que ultrapassam a casa de quatro bilhões e meio de reais, a previsão é que essa fábrica entre em operação a partir do segundo semestre de 2027, distante ainda quase dois anos até o início das atividades.

O Projeto Sucuriú deve gerar cerca de 400 megawatts de energia, sendo metade consumida pela fábrica em si e o restante vendido, uma quantidade essa que será suficiente para abastecer uma cidade com até 800 mil habitantes.

**(Colaborou Neri Kaspary)

Previsão é que essa fábrica entre em operação a partir do segundo semestre de 2027 – Reprodução/Sucuriú Arauco

Correio do Estado

 

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor. Desabilite seu bloqueador de Anúncios e Pop-UP para uma melhor experiência!