PCH Fundãozinho descarta interferência no Rio Sucuriú em tragédia com afogamento em Paraíso das Águas

Bulhõesdigital

A direção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Fundãozinho (Ponte de Pedra), localizada no Rio Sucuriú, descartou qualquer responsabilidade na tragédia que vitimou os jovens Igor Pereira Rosa Paniago (32 anos) e Tiago Andrade Rezende (18 anos) por afogamento no último domingo (26), entre Paraíso das Águas e Costa Rica.

A PCH nega que tenha havido abertura de comportas ou qualquer interferência que gerasse uma “tromba d’água” no rio.

 

🔍 Esclarecimentos da PCH

 

Um dos responsáveis técnicos da usina informou à Polícia Civil de Paraíso das Águas que:

• Inexistência de Comportas: A usina não possui estruturas que permitam a liberação repentina de água. O vertedouro é do tipo “soleira livre”, uma estrutura de concreto onde a água flui naturalmente por cima, sem controle manual.
• Tamanho do Reservatório: O reservatório da Ponte de Pedra é de pequenas proporções, com cerca de 0,6 hectare, sendo mais uma “poça do que um lago”.
• Vazão: O volume de água que passa pelas turbinas é regulado pela vazão natural do rio, que está baixa.
• Medição Homologada: A PCH está levantando o histórico de medidores de vazão (homologados pela ANA) para comprovar que não houve oscilação significativa no nível do rio (variação máxima inferior a 5%).

Pescadores presentes no local confirmaram à Polícia Civil que não houve alteração perceptível no nível ou na vazão da água.

 

🚨 Riscos no Trecho do Rio

 

O trecho do Rio Sucuriú onde ocorreu a tragédia é considerado de alto risco de afogamento. Mergulhadores do Corpo de Bombeiros destacaram que o local:

• Possui profundidade superior a cinco metros.
• Forma um forte rebojo (turbilhão).
• Apresenta uma “loca” de pedras no fundo.

O Rio Sucuriú não é recomendado para banho em nenhum de seus trechos, sendo o uso de colete salva-vidas indispensável para qualquer atividade nas margens ou navegação.

 

🔎 Investigação Policial

 

A Polícia Civil já ouviu dois dos cinco sobreviventes que estavam com as vítimas e deve ouvir os demais nos próximos dias para esclarecer as circunstâncias exatas.

• Laudo: O laudo do IMOL (Instituto Médico Odontológico Legal) será concluído em até 30 dias.
• Causa da Morte: A Declaração de Óbito (DO) apontou asfixia mecânica por afogamento, sem sinais de violência nos corpos.

Os corpos de Igor e Tiago, que eram amigos (Igor sabia nadar e Tiago não), foram velados e sepultados lado a lado em Paraíso das Águas. Há cerca de 40 anos, outro afogamento fatal havia ocorrido no mesmo ponto do rio.

Imagem: Divulgação