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O estado de Mato Grosso do Sul atingiu a marca alarmante de 30 feminicídios em 2025, reforçando um cenário de violência de gênero. O caso mais recente ocorreu em Bandeirantes (MS) no último domingo (12), resultando na morte de Andreia Ferreira, de 40 anos, assassinada a tiros pelo marido, Carlos Alberto da Silva, 38, dentro da residência e na presença da filha da vítima.
A Polícia Civil confirmou que Andreia Ferreira já havia registrado duas denúncias de violência doméstica contra o agressor em 2023 e 2024. Após o crime, o autor fugiu e segue foragido.
Três dias antes, em Paranaíba, Erivelte Barbosa Lima de Souza, 48, também foi morta pelo companheiro a facadas.
Estatísticas e Falhas na Proteção
O caso de Andreia expõe um padrão de negligência institucional no acompanhamento de denúncias:
- O número de 30 feminicídios em 2025 equivale a uma média de três casos por mês no estado.
- Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), cerca de 68% das vítimas de feminicídio no Brasil já haviam sofrido violência anterior, muitas vezes reportada, mas ignorada.
- Mato Grosso do Sul tem historicamente uma das maiores taxas proporcionais do país (6ª posição nacional em 2022, com 2,5 mortes a cada 100 mil mulheres).
A antropóloga Debora Diniz aponta que o feminicídio é o ato final de um sistema de controle, onde os agressores “matam porque se sentem autorizados” por uma cultura que relativiza a violência doméstica.
Onde buscar ajuda e denunciar
A sociedade é convocada a buscar e oferecer ajuda para romper o ciclo de violência.
Imagem: Divulgação