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FIGUEIRÃO: ASSIM NASCEU A MS–436.

…Distante três quilômetros da cidade de Figueirão, perdidos em meio às invernadas, existem pequenos trechos da primeira estrada de caminhão que ligava Figueirão, Camapuã e Campo Grande.
Até à fazenda Cuia Murcha, no comércio do “Capadinho” , já vinham conduções e aviões de pequenos portes. Capadinho era o apelido de Alvino Antônio Martins, primeiro prefeito nomeado para governar o recente municipio de Camapuã, em 1948. Na fazenda Cuia Murcha, havia uma fábrica de pinga de alta qualidade, que produzia dezenas de barris anualmente. A fábrica pertencia ao Dedi Antônio Martins, irmão do Capadinho. A Cuia Murcha era uma referência no Sertão de Figueirão. Ali desciam aviões de boiadeiros, táxis aéreos que traziam e levavam doentes e passageiros. O cartório de Camapuã, padres e bispos realizavam -se periodicamente casamentos, missas, crismas e batizados.
Moysés Araújo Galvão, iniciou a fundação de Figueirão em 1949, época ainda da epopeia dos carros de boi. No princípio de 1952, Moysés contratou um grupo de trabalhadores e construíram a estrada de caminhão ligando Figueirão à fazenda Cuia Murcha, passando pela sede do pioneiro goiano Jerônimo Custódio, na fazenda Macaúba, hoje Gaúchinha.
Em 1952, passou pela primeira vez nesta estrada, o caminhão GMC do Elias Medeiros, trazendo o primeiro destacamento da polícia militar de Figueirão, comandado pelo sargento Samuel e o primeiro professor Demétrio, para lecionar na Escola Rural Mixta de Figueirão. A partir de 1954, a jardineira mista do Manezinho Medeiros, conduzia passageiros e cargas de Figueirão a Campo Grande, passando pela Cuia Murcha e Camapuã.
Apesar da precariedade das estradas arenosas, subidas escorregadias, pinguelas sobre os córregos, veículos ligados à manivela, o povo do Sertão do Figueirão, deram férias aos carros de boi e animais de montaria.
Hoje esses pequenos fragmentos de estradas, contam uma história de muita luta, coragem e heroísmo. Está memória de Figueirão está sendo engolida pela ignorância, asfalto, carros confortáveis e velozes.
Professor Admar de Araújo. Historiador Figueirãoense.
Projeto cultural: “Arrancando defuntos das covas”.





