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Estrutura do cooperado Magno Trindade é a primeira do tipo no município e reforça o avanço de uma nova cadeia produtiva que pode transformar a economia rural da região

Camapuã, conhecida historicamente por sua força na pecuária de corte, começa a dar passos firmes rumo a uma nova matriz produtiva no campo. A suinocultura, atividade antes pouco explorada no município, vem ganhando espaço e visibilidade. Um exemplo desse avanço é a primeira creche de suínos de Camapuã, que abriga cerca de 7 mil leitões em fase de recria, em uma estrutura moderna, profissionalizada e cheia de potencial econômico.
A unidade, administrada pelo cooperado Magno Trindade, faz parte do sistema de produção da Cooasgo. Por meio da parceria, a cooperativa fornece os leitões, a assistência técnica e os insumos, enquanto o produtor entra com a estrutura e o manejo diário:
“É uma conquista muito grande, não só pra mim, mas pra todo o município. A suinocultura chega com força, abre portas para novos produtores e fortalece o agro com tecnologia e oportunidade”, afirma Magno Trindade, que acredita no futuro da atividade como um novo pilar da economia local.
Primeira creche de suínos de Camapuã. Imagem. Magno Trindade
Os animais chegam à propriedade com cerca de 28 dias de vida, pesando em média 7 kg, e permanecem por aproximadamente 35 dias, até atingirem o peso ideal para seguir para as granjas de terminação. Durante esse período, tudo é rigorosamente monitorado: temperatura, umidade, ventilação, alimentação, sanidade e bem-estar animal. A fase da recria é considerada estratégica no ciclo produtivo, pois define o desenvolvimento estrutural e a resistência imunológica dos animais.
O que é uma creche de suínos?
As creches são unidades especializadas na fase de recria, que acontece logo após o desmame. Os leitões são mantidos em baias organizadas, com manejo cuidadoso, ambiente climatizado e alimentação balanceada. Nessa fase, os animais não são reprodutores (como as marrãs), mas sim suínos destinados ao abate, que seguem depois para a terminação — última etapa antes do frigorífico.
Reprodução/ TV Educativa MS
A estrutura conta com dois galpões que abrigam os animais em lotes separados, organizados para facilitar o controle sanitário e o manejo diário. A alimentação é feita com rações balanceadas e específicas para a idade dos suínos, seguindo protocolos nutricionais rigorosos. “A recria é o início de tudo. É aqui que o animal ganha base, saúde, resistência e desempenho. Se essa fase for bem feita, o sucesso nas próximas etapas é quase certo”, explica Magno Trindade.
Para além dos muros da propriedade, o impacto da atividade já se faz sentir no município. A suinocultura é uma das cadeias que mais crescem no Brasil. Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), o país produziu mais de 5,2 milhões de toneladas de carne suína em 2023, e cerca de 80% dessa produção foi consumida internamente, o que mostra a força do mercado nacional e o potencial de expansão regional.
Magno e Lenis – cooperado da Coasgo. Imagem/Arquivo pessoal
Por que a suinocultura pode ser um novo motor para a economia rural?
•Alta rentabilidade em curto prazo: com um ciclo de produção menor que o da bovinocultura, a suinocultura oferece retorno mais rápido para o produtor.
•Menor necessidade de área: ideal para diversificação de pequenas e médias propriedades, sem depender de grandes extensões de terra.
•Demanda aquecida: com 80% da carne suína consumida dentro do Brasil, o mercado interno mantém estabilidade e crescimento contínuo.
Estrutura da creche de suínos. Reprodução TV Educativa MS.
Apesar de ainda ser novidade em Camapuã, a suinocultura vem ganhando cada vez mais espaço entre produtores que enxergam a necessidade de diversificar, inovar e buscar alternativas viáveis de renda. Para Magno Trindade, o segredo está na organização e no apoio técnico:
“Com assistência, estrutura e comprometimento, a gente consegue produzir com qualidade, dentro das normas e com bom resultado. Camapuã tem tudo para ser também referência nesse setor.”
A primeira creche de suínos do município é mais do que uma estrutura física: é um marco simbólico da transformação do campo, que une tradição e inovação para construir um novo ciclo de desenvolvimento rural. E como toda boa história do agro, ela nasce com os pés no chão — e os olhos voltados para o futuro.
navegams.com.br

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