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Em meio a desgaste, governo perde apoio e IOF é barrado no Senado

O Senado aprovou em votação simbólica nesta quarta-feira (25) o projeto que derruba o decreto do Executivo sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Agora, a proposta precisa ser promulgada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP). Com o resultado, os decretos do governo federal sobre o IOF perdem a validade e voltam a valer as regras anteriores sobre a aplicação do imposto.

No Senado, a relatoria do texto ficou por conta de Izalci Lucas (PL-DF), que não fez alterações no projeto aprovado pela Câmara horas antes. No plenário, a votação foi criticada pelos líderes do governo, senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (PT-AP). A bancada petista e o líder do PDT, Weverton (MA), manifestaram voto contrário ao texto.

A proposta aprovada susta todos os decretos do governo que aumentaram as alíquotas do IOF – as três normas editadas desde maio. O projeto tramitou apensado (de forma conjunta) com outras 36 propostas de mesmo teor. A maioria dos textos foi patrocinada pela oposição.

O último decreto editado pelo governo com a “recalibragem” no IOF ajustou a expectativa de arrecadação com o imposto para R$ 10 bilhões em 2025. Antes, a versão original, publicada em maio e reeditada em junho, previa uma receita de aproximadamente R$ 20 bilhões.

Após a votação, Davi Alcolumbre reconheceu o esforço do governo para negociar os termos do decreto com o Congresso, mas afirmou que a iniciativa do Executivo “começou mal”. “É sim uma derrota para o governo, mas foi construída a várias mãos”, afirmou. “É hora de pararmos, conversarmos mais, construirmos as convergências do que é necessário para o Brasil”, reforçou Alcolumbre.

Judicialização

Após a votação, Jaques Wagner afirmou que pretende se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quinta-feira (26) para discutir a possibilidade de acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para questionar a medida do Congresso.

“Acabou de ser votado, ainda não conversei com o presidente. A decisão dele seguramente não será tomada hoje. Provavelmente amanhã a gente se reúne e vamos ver qual linha será adotada”, disse Jaques.

A matéria inicialmente não estava na pauta prevista do plenário de nenhuma das Casas Legislativas para esta semana. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que colocaria a proposta em votação por volta das 23h de terça-feira (24).

A decisão surpreendeu o Planalto e congressistas da base aliada, que esperavam tempo maior para articular contra o texto.

“Não quero entrar no mérito de como isso foi decidido, mas foi decidido às 23h30 – meia-noite, quando o presidente da Câmara anunciou que ia pautar hoje numa sessão virtual, pautado sem maiores discussões. E o decreto do Presidente da República visa fazer justiça tributária. […] Mas a vida não pára aqui hoje”, disse Jaques Wagner durante a votação em plenário.

(Com informações da CNN)

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